O desempenho em regime permanente é medido a partir da capacidade de um sistema seguir referências padrões (salto, rampa, parábola) e a rejeitar assintoticamente sinais de perturbação também padrões.
A ferramenta matemática utilizada na análise do regime permanente é
o Teorema do Valor Final, que diz que o valor da saída do
sistema quando
(valor da saída em regime
permanente) é dada pelo seguinte limite:
Consideremos o diagrama da figura (1.10):
Neste sistema estamos interessados pelos efeitos, em regime permanente, sobre a saída do sistema do sinalSeguimento de referência
Em sistemas de controle em malha fechada, é desejável que a saída do sistema
em regime permanente seja igualada ao sinal de referência (entrada).
Entretanto, em alguns
casos esta igualdade não é atingida e temos o que chamamos de
erro em regime permanente:
Exemplo:
Considere o diagrama em blocos da figura (1.10) com =0, os
gráficos da figura (1.11) mostram a resposta a um salto
unitário considerando:
Observe que para (a) o sistema apresenta um erro em regime permanente
igual a enquanto que no caso (b) este erro é nulo, ou seja, a
saída iguala o valor da referência em regime permanente.
A partir do teorema do valor final, pode-se concluir o seguinte [3]:
Rejeição a perturbações
Considere que o sistema atingiu o regime permanente com relação a uma
determinada entrada de referência. Num dado instante, o sistema é
submetido à ação de um sinal externo que não se extingüe no tempo por
si só, por exemplo, um sinal do tipo salto ou
rampa. Um sinal deste tipo é chamado perturbação de carga. A
identificação exata do ponto de entrada da perturbação em um
sistema, em geral, não é fácil determinar, mas pode-se assumir, sem
perda de generalidade, que ela é aplicada na saída do processo
(como na figura (1.10)) pois é onde seu efeito será sentido.
Exemplo: considere um motor de c.c. que está acionando uma determinada carga a uma velocidade constante. Num dado momento, a carga no eixo do motor é aumentada. Neste caso, a velocidade do motor tende a cair (efeito da perturbação na saída do processo) e duas situações podem ocorrer: ou a velocidade irá estabilizar em um valor menor ou tenderá a se recuperar e voltar ao valor de antes da aplicação da perturbação.
Nos sistemas de controle é desejável que o efeito de perturbações de carga na saída do processo seja minimizado ou completamente anulado, após um determinado período transitório. No primeiro caso dizemos que houve uma rejeição parcial e no segundo uma rejeição assintótica à perturbação.
Exemplo: Considerando as mesmas funções de tranferência do exemplo da página anterior, os gráficos da figura (1.12) mostram a rejeição parcial (caso (a)) e a rejeição assintótica (caso (b)) à uma perturbação do tipo salto.
Intuitivamente, para que um dado sistema em malha fechada rejeite assintoticamente uma dada perturbação, ele deve ser capaz de gerar internamente o sinal da perturbação, com sinal oposto a esta, de maneira a existir um cancelamento. Matematicamente, isto equivale a dizer que o laço de realimentação entre a perturbação e a saída deve possuir os pólos do sinal da perturbação. Seguindo um raciocínio análogo ao feito para o problema de seguimento de referência, é possível então concluir que [3]:
Assim, se o processo a ser controlado não possuir como pólos os pólos da perturbação e desejamos a rejeição assintótica da mesma, deveremos prover o aprecimento destes pólos no laço de realimentação pela introdução de um controlador.